Historicamente muitas mulheres fizeram presença e a diferenças em diversas áreas do conhecimento. No entanto em muitas das histórias elas nem ao menos são relatas, ou ainda suas descobertas eram designadas a um homem, que poderia ser o pai ou o marido. Graças á diversas lutas, as mulheres estão ocupando os espaços que lhe cabem por competência e por direito.
Elas continuam fazendo história, construindo conhecimento, projetando, planejando e realizando grandes feitos. Separamos aqui algumas mulheres que marcaram a História na Ciência da Computação, da uma olhada.
Ada era uma matemática e escritora inglesa, filha do poeta Lord Byron e sua esposa Anne Isabella “Anabella” Byron, Lady Wentworth, que era matemática. A mãe de Ada promoveu o interesse de Ada em matemática e lógica.
Na juventude, seus talentos matemáticos levaram-na a uma relação de trabalho e de amizade com o colega matemático britânico Charles Babbage e, em particular, o trabalho de Babbage sobre a Máquina Analítica. Entre os anos de 1842 e 1843, ela traduziu um artigo do engenheiro militar italiano Luigi Federico Menabrea sobre a máquina e ainda complementou com um conjunto de sua própria autoria. Essas notas contêm um algoritmo criado para ser processado por máquinas, o que muitos consideram ser o primeiro programa de computador. Ela também desenvolveu uma visão sobre a capacidade dos computadores de irem além do mero cálculo ou processamento de números, enquanto outros, incluindo o próprio Babbage, focavam apenas nessas capacidades.
Sua mentalidade da “ciência poética”, a levou a questionar sobre a máquina analítica, e como seria a relação do indivíduo e a sociedade com a tecnologia, para ser uma ferramenta de contribuição.
Conhecidas com garotas ENIAC, as mulheres Kathleen McNulty, Mauchly Antonelli, Jean Jennings Bartik, Frances Synder Holber, Marlyn Wescoff Meltzer, Frances Bilas Spence e Ruth Lichterman Teitelbaum, eram responsavéis por programar o primeiro computador totalmente eletrônico, em uma época que não existia linguagens de programação, softwares, ou sistemas operacionais.
Começou durante a Segunda Guerra Mundial, na Pensilvânia, onde uma equipe composta por oitenta mulheres faziam cálculos a mão para traçar a trajetória de misseis. 6 dessas mulheres foram escaladas para participar do porjeto ENIAC (computador integrador e analisador numérico eletrônico). onde devia ser criado o primeiro computador eletrônico e digital capaz de fazer cálculos e analisar dados. Elas tinham que programar esse computador com apenas alguns modelos de diagramas, e um dos modelos usados fora graças a contribuição de Ada Lovelance.
Porém, até meados de 1990, nenhuma delas levou crédito pelos feitos no ENIAC.
Irmã Mary Kenneth Keller foi uma importante freira e cientista da computação. Keller entrou para a ordem das Irmãs de Caridade da Abençoada Virgem Maria em 1932 e proferiu seus votos em 1940. No ano de 1943, conquistou seu diploma de bacharelado em Ciência com ênfase em Matemática na Universidade DePaul, local no qual desenvolveu seu mestrado em Matemática e Física.
Mary começou a trabalhar em uma oficina de ciência da computação, da Fundação Nacional de Ciência, onde o ambiente era predominantemente masculino, onde participou do desenvolvimento da linguagem de programação BASIC (Código de Instruções Simbólicas de Uso Geral para Principiantes).
No ano de 1965, Mary fundou o departamento de ciências da computação na Universidade de Clarke em Iowa. Passou 20 anos de sua vida dedicando-se pelo potencial do que os computadores poderiam se tornar e visou aumentar o acesso e a informação, promovendo a educação. Hoje nessa mesma instituição, tem o Centro de Serviços de Computação e Informação Keller, e também uma bolsa de estudos em Ciência da Computação em seu nome.
Irmã Keller defendeu a inclusão e o envolvimento de mulheres na ciência da computação, e contribuiu para a fundação da Association of Small Computer Users in Education (ASCUE). Escreveu 4 livros sobre computação e programação, que são referência na área.
Jean E. Sammet foi uma cientista da computação americana que desenvolveu a linguagem FORMAC em 1962. que entrou em uso no final dos anos 1960 pelas mãos da IBM. FORMAC, foi a primeira linguagem de computador amplamente utilizada para manipulação simbólica de fórmulas matemáticas.
Antes de se tornar doutora em ciências da computação, tinha duas formações distintas em matemática, uma pela Universidade de Illinois e outra pelo Mount Holyoke College. Por causa disso e de seus conhecimentos em informática, ela trabalhou durante 27 anos na IBM. Ela também teve influência na criação do COBOL e participou de diversas entidades voltadas à inclusão das mulheres na indústria da tecnologia. Sammet também presidiu a ACM (Associação para Maquinaria de Computação), uma iniciativa voltada para o uso da informática em projetos científicos e educacionais, com mais de 70 mil membros.
Grace tem muitos títulos para chamar de seu, foi a primeira mulher a se formar com o PHD em matemática, em Yale, a prestigiada universidade dos EUA. Aanalista de sistemas e primeira almirante da marinha americana e na tecnologia, foi uma das criadoras da COBOL, uma linguagem de programação para bancos de dados comerciais.
É dito que é de autoria de Hopper o termo “bug” usado para designar uma falha num código-fonte. Quando procurava um problema em seu computador; percebeu que havia um inseto morto no computador causando transtorno, desde então o termo bug passou a ser usado.
Em 1998 recebeu a honra de ter seu nome em um navio da Marinha. O contratorpedeiro USS Hopper entrou no serviço ativo em 1998. Além disso, o supercomputador da NERSC foi nomeado em sua homenagem, chamando Cray XE6 “Hopper”. Uma faculdade na Universidade de Yale foi renomeada em sua homenagem. Em 1991 recebeu uma Medalha Nacional de Tecnologia e no dia 22 de Novembro de 2016 foi postumamente premiada com a Medalha Presidencial de Liberdade pelo Presidente Barack Obama.
Ela recebeu 40 diplomas honorários de universidades ao redor do mundo.
Karen foi uma cientista da computação britânica que foi responsável pela criação do conceito da frequência inversa de documentos, uma tecnologia que sustenta os mecanismos de buscas mais modernos, base do que hoje são os sistemas de busca e localização de conteúdo e pedra fundamental de companhias como o Google, por exemplo. Suas principais áreas de pesquisa, desde o final dos anos 50, eram o processamento de linguagem natural e a recuperação de informações. Em 1982 ela se envolveu no Alvey Programme.
Há um palestra anual da British Computer Society em sua homenagem. Em agosto de 2017, Universidade de Huddersfield renomeou um de seus edifícios do campus em sua homenagem. Os estudos de Karen foram desenvolvidos no laboratório de computação da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, onde ela trabalhou por quase 30 anos. Ela se aposentou, mas continuou se dedicado a causas de inclusão das mulheres no mundo da tecnologia até seu falecimento, em 2007.
Nascida na Califórnia , Shaw sempre teve contato com a região do Vale do Silício e, naturalmente, foi influenciada pela revolução tecnológica. Seu interesse pelos videogames começou cedo, quando a jovem Carol costumava frequentar o minigolfe de sua região, onde havia uma sala com jogos de arcades.
Formou-se em Ciências da Computação pela universidade de Berkeley, foi contratada pela Atari e se tornou a primeira programadora de um game. Na época era um simples jogo da velha chamado 3D Tic-Tac-Toe, mas foi um passo importantíssimo para abrir as portas para outras mulheres entrarem na indústria de desenvolvimento. Quatro anos depois, já como funcionária da Activision, se tornaria programadora do inesquecível River Raid, seu game de maior sucesso.
Seu cartão de visitas a atribuía a função de “engenheira de software para microprocessadores”, o que significava que ela atuava também nos sistemas do próprio console.
Shaw se aposentou nos anos 90, e passou a realizar trabalhos voluntários em organizações relacionadas à tecnologia.
Radia é uma cientista da computação , projetista de software e engenheira de redes. É algumas vezes referenciada como a “mãe da Internet”, por sua invenção do protocolo Spanning Tree (STP), que é fundamental para a operação de pontes de rede mais conhecida por bridge (redes de computadores), enquanto trabalhava para a Digital Equipment Corporation.
Ela também é uma das pioneiras no ensino de programação e arquiteturas de redes para crianças, além de ter sido uma das criadoras do TORTIS, uma linguagem de programação com fins também educacionais, só que de robótica. Ela também foi a responsável por diversos protocolos de segurança de rede e, hoje, trabalha na Intel, além de ser dona de mais de 50 patentes relacionadas a tecnologias de conexão.
Frances foi pioneira no campo de otimização de compiladores, e a primeira mulher a ganhar o prestigiado Turing Award, Allen trabalhou durante 45 anos na IBM, onde esteve no centro de muitos dos avanços da computação e na chegada dessas máquinas às casas das pessoas comuns. É dela, por exemplo, algumas das principais bases de sistemas de otimização de código e paralelização, permitindo que softwares avançados rodassem de maneira melhor até mesmo nos computadores mais fracos.
Seu conhecimento em programação a levou a criar alguns dos primeiros sistemas de segurança da NSA, a agência de segurança nacional do governo dos EUA. Seus trabalhos no setor de inteligência, claro, nunca foram conhecidos completamente por questões de sigilo, mas garantiram a ela uma influência fundamental no estado da segurança da informação como a conhecemos hoje.